Apresentação
Os registros abaixo, sobre a vida e obra do intelectual Milton Santos (MS), foram feitos a partir de pesquisas realizadas em periódicos, artigos e sites. Houve visitas ao jornal A Tarde, ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e à biblioteca da Empresa Gráfica da Bahia - Egba, antiga Imprensa Oficial da Bahia.
Atuação no jornal A Tarde
MS, com formação em Direito (1948), lecionava geografia desde o fim da década de 1940 até resolver ir à Salvador, em 1954. Nesse ano, ele ingressou como professor na Faculdade Católica de Filosofia. A vivência naquela faculdade li rendeu grande influência dos mestres franceses de Geografia, ali também ele foi apresentado ao Dr. Simões Filho, proprietário e diretor do Jornal A Tarde.
Em 1956, a convite do Dr. Simões Filho, não se sabe quem o recomendou, ele começou a atuar como Redator editorialista, função que ocupou até o Golpe Militar em 1964.
Segundo Jorge Calmon, companheiro de trabalho no jornal, MS, apelidado por ele de “Juca pato”, tal como chamava o jornalista da abolição, João do Patrocínio, no tempo do império, dava muitas gargalhadas na redação ao ouvir casos e anedotas narradas pelo companheiro Mário Piva.
Milton Santos, justamente com Mário Piva e outros redatores preparavam os artigos não assinados do Jornal, que expressavam a opinião da gazeta de Simões Filhos. Também alternava com Ary Guimarães, que morreu em Junho de 2009 e foi professor de ciência política na Faculdade de Direito – UFBA, o preparo dos escritos editorialistas do jornal, publicado na terceira e, mais tarde, na quarta página.
Passagem pela Imprensa Oficial da Bahia
Juracy Magalhães assume o governo baiano em 1958 e substitui Percy Esteves Cardoso por Milton de Almeida Santos na Direção da Imprensa Oficial da Bahia, atual Empresa Gráfica da Bahia – Egba, responsável pelo Diário Oficial da Bahia. Segundo o livro com a história da Egba, MS, a partir de Junho de 1959, deu uma orientação segura e abriu novas perspectivas para o seu funcionamento, especialmente na parte referente à atividade editorial.
Nessa época, MS tinha o cargo de Professor de Geografia Humana na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Salvador e havia regressado, a pouco tempo, da França, onde, na Universidade de Strasbourg, obtivera o título acadêmico de Doutor. Ocupava ainda o posto de diretor do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, recentemente instalado pelo reitor Edgar Santos.
Dois meses depois de sua posse, em Junho de 1959, por ocasião do IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, realizado em Salvador, seria lançado o livro “A rede urbana do Recôncavo”, dos integrantes do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia.
Logo em seguida, uma das suas primeiras ações como diretor foi criar o Conselho Editorial da Imprensa Oficial, havendo convidado o jornalista e escritor Nelson de Araújo, principal responsável pelo êxito da iniciativa tomada. Milton Santos modernizou tecnologicamente o parque Gráfico, o que influenciou na produção de seu programa editorial, destacando-se no período os lançamentos da Revista da Bahia, Revista Tule e da Coleção Tule (1960) , que levaram a público o melhor da literatura baiana, divulgando autores como Vasconcelos Viana, Nelson de Araújo, Clarival do Prado Valadares e Wilson Rocha, entre outros.
Depois foram editados os ensaios de Thales de Azevedo intitulado “Problemas sociais da exploração do petróleo na Bahia” e, em colaboração com a Livraria Progresso Editora, na época, a melhor da Bahia, o livro “Panorama do Conto Baiano” reunindo trabalhos de vários autores, entre os quais Jorge Amado, Jorge Medaur, Glauber Rocha e João Ubaldo Osório, selecionados por Vasconselos Maia e o próprio Nelson de Araújo, falecido em 1973. Sabe-se que as ações editorialistas de MS influenciou a gestão de boa parte dos gestores sucessores.
Em 4 de Julho de 1961 MS pediu demissão do cargo de Diretor da Imprensa Oficial da Bahia, após ser nomeado pelo presidente Jânio Quadros na Presidência da República, para exercer o posto de Subchefe da Casa Civil. Nessa mesma época, MS foi aprovado no concurso para Catedrático Interino de Geografia Humana na Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia.
Ainda em 1961, Josaphat Marinho, que antes exercera as funções de Chefe de gabinete do Secretário de Interior e Justiça, assumiu a função de diretor do órgão e reduziu em 50% o pessoal da Imprensa Oficial, visando equilibrar a situação financeira do estabelecimento e corrigir as distorções que nela se vinham acumulando, havia vários anos, na distribuição de encargos e funções. Assim, apesar das duras críticas, conseguiu saldar as dívidas e entregá-la ao seu sucessor, a 20 de abril de 1963, com significado saldo em Caixa.
Referências:
Livro: “Encontro com o pensamento de Milton Santos”. Autores: Maria Auxiliadora, Rubens de Toledo Junior e Clímcao César Siqueira Dias (org.). Páginas: 31,32 e 33
Livro: “História da Egba” . Autor: Walmir Freitas Oliveira. Parte (a obra não possui páginas): “A imprensa Oficial da Bahia no segundo governo de Juracy Magalhães”.
Artigo: “Panorama da história da editoração em Salvador/Bahia”, acessado 24/01/2010.
http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/pdf/flaviagoullartesusanesantos.pdf
“Cultura brasileira perde o geógrafo Milton Santos (Jornal A Tarde, caderno Local, 25/06/2001)
Nelson de Araújo, Vida e Obra. Acessado 25/01/2010. http://blogdogutemberg.blogspot.com/2006/11/nlson-de-arajo.html
Milton Santos. Vida e Obra. Acessado 05/02/2010. http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-124.htm e http://ilheuscomamor.wordpress.com/2009/02/13/milton-santos/.
* Texto elaborado por Loran Santos, estudante de Comunicação Social – Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura da UFBA e membro do Grupo de Pesquisa Permanecer Milton Santos.
Os registros abaixo, sobre a vida e obra do intelectual Milton Santos (MS), foram feitos a partir de pesquisas realizadas em periódicos, artigos e sites. Houve visitas ao jornal A Tarde, ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e à biblioteca da Empresa Gráfica da Bahia - Egba, antiga Imprensa Oficial da Bahia.
Atuação no jornal A Tarde
MS, com formação em Direito (1948), lecionava geografia desde o fim da década de 1940 até resolver ir à Salvador, em 1954. Nesse ano, ele ingressou como professor na Faculdade Católica de Filosofia. A vivência naquela faculdade li rendeu grande influência dos mestres franceses de Geografia, ali também ele foi apresentado ao Dr. Simões Filho, proprietário e diretor do Jornal A Tarde.
Em 1956, a convite do Dr. Simões Filho, não se sabe quem o recomendou, ele começou a atuar como Redator editorialista, função que ocupou até o Golpe Militar em 1964.
Segundo Jorge Calmon, companheiro de trabalho no jornal, MS, apelidado por ele de “Juca pato”, tal como chamava o jornalista da abolição, João do Patrocínio, no tempo do império, dava muitas gargalhadas na redação ao ouvir casos e anedotas narradas pelo companheiro Mário Piva.
Milton Santos, justamente com Mário Piva e outros redatores preparavam os artigos não assinados do Jornal, que expressavam a opinião da gazeta de Simões Filhos. Também alternava com Ary Guimarães, que morreu em Junho de 2009 e foi professor de ciência política na Faculdade de Direito – UFBA, o preparo dos escritos editorialistas do jornal, publicado na terceira e, mais tarde, na quarta página.
Passagem pela Imprensa Oficial da Bahia
Juracy Magalhães assume o governo baiano em 1958 e substitui Percy Esteves Cardoso por Milton de Almeida Santos na Direção da Imprensa Oficial da Bahia, atual Empresa Gráfica da Bahia – Egba, responsável pelo Diário Oficial da Bahia. Segundo o livro com a história da Egba, MS, a partir de Junho de 1959, deu uma orientação segura e abriu novas perspectivas para o seu funcionamento, especialmente na parte referente à atividade editorial.
Nessa época, MS tinha o cargo de Professor de Geografia Humana na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Salvador e havia regressado, a pouco tempo, da França, onde, na Universidade de Strasbourg, obtivera o título acadêmico de Doutor. Ocupava ainda o posto de diretor do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia, recentemente instalado pelo reitor Edgar Santos.
Dois meses depois de sua posse, em Junho de 1959, por ocasião do IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, realizado em Salvador, seria lançado o livro “A rede urbana do Recôncavo”, dos integrantes do Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais da Universidade da Bahia.
Logo em seguida, uma das suas primeiras ações como diretor foi criar o Conselho Editorial da Imprensa Oficial, havendo convidado o jornalista e escritor Nelson de Araújo, principal responsável pelo êxito da iniciativa tomada. Milton Santos modernizou tecnologicamente o parque Gráfico, o que influenciou na produção de seu programa editorial, destacando-se no período os lançamentos da Revista da Bahia, Revista Tule e da Coleção Tule (1960) , que levaram a público o melhor da literatura baiana, divulgando autores como Vasconcelos Viana, Nelson de Araújo, Clarival do Prado Valadares e Wilson Rocha, entre outros.
Depois foram editados os ensaios de Thales de Azevedo intitulado “Problemas sociais da exploração do petróleo na Bahia” e, em colaboração com a Livraria Progresso Editora, na época, a melhor da Bahia, o livro “Panorama do Conto Baiano” reunindo trabalhos de vários autores, entre os quais Jorge Amado, Jorge Medaur, Glauber Rocha e João Ubaldo Osório, selecionados por Vasconselos Maia e o próprio Nelson de Araújo, falecido em 1973. Sabe-se que as ações editorialistas de MS influenciou a gestão de boa parte dos gestores sucessores.
Em 4 de Julho de 1961 MS pediu demissão do cargo de Diretor da Imprensa Oficial da Bahia, após ser nomeado pelo presidente Jânio Quadros na Presidência da República, para exercer o posto de Subchefe da Casa Civil. Nessa mesma época, MS foi aprovado no concurso para Catedrático Interino de Geografia Humana na Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia.
Ainda em 1961, Josaphat Marinho, que antes exercera as funções de Chefe de gabinete do Secretário de Interior e Justiça, assumiu a função de diretor do órgão e reduziu em 50% o pessoal da Imprensa Oficial, visando equilibrar a situação financeira do estabelecimento e corrigir as distorções que nela se vinham acumulando, havia vários anos, na distribuição de encargos e funções. Assim, apesar das duras críticas, conseguiu saldar as dívidas e entregá-la ao seu sucessor, a 20 de abril de 1963, com significado saldo em Caixa.
Referências:
Livro: “Encontro com o pensamento de Milton Santos”. Autores: Maria Auxiliadora, Rubens de Toledo Junior e Clímcao César Siqueira Dias (org.). Páginas: 31,32 e 33
Livro: “História da Egba” . Autor: Walmir Freitas Oliveira. Parte (a obra não possui páginas): “A imprensa Oficial da Bahia no segundo governo de Juracy Magalhães”.
Artigo: “Panorama da história da editoração em Salvador/Bahia”, acessado 24/01/2010.
http://www.livroehistoriaeditorial.pro.br/pdf/flaviagoullartesusanesantos.pdf
“Cultura brasileira perde o geógrafo Milton Santos (Jornal A Tarde, caderno Local, 25/06/2001)
Nelson de Araújo, Vida e Obra. Acessado 25/01/2010. http://blogdogutemberg.blogspot.com/2006/11/nlson-de-arajo.html
Milton Santos. Vida e Obra. Acessado 05/02/2010. http://www.ub.es/geocrit/sn/sn-124.htm e http://ilheuscomamor.wordpress.com/2009/02/13/milton-santos/.
* Texto elaborado por Loran Santos, estudante de Comunicação Social – Habilitação em Produção em Comunicação e Cultura da UFBA e membro do Grupo de Pesquisa Permanecer Milton Santos.
Eu estudante do colégio CEMEP-Escola Técnica de Paulínia- SP, Eloisa Molina Jorge de Moraes. Os jovens estudantes brasileiros são a força do país. Milton Santos foi um professor sempre dedicado aos jovens, haja vista , que nós ao ter contato com a sua obra desperta em nós o interesse de conhecer esse eterno professor que deixou uma obra afim de edificar o ser humano sendo solidário, professor amigo. O que nos espanta que os nossos professores não estimulam os jovens a conhecer essa contribuição deste autor professor Milton Santos. Estou solidária com o grupo de pesquisa: Permanecer Milton Santos
ResponderExcluirEu estudante do colégio CEMEP-Escola Técnica de Paulínia- SP, Eloisa Molina Jorge de Moraes. Os jovens estudantes brasileiros são a força do país. Milton Santos foi um professor sempre dedicado aos jovens, haja vista , que nós ao ter contato com a sua obra desperta em nós o interesse de conhecer esse eterno professor que deixou uma obra afim de edificar o ser humano sendo solidário, professor amigo. O que nos espanta que os nossos professores não estimulam os jovens a conhecer essa contribuição deste autor professor Milton Santos. Estou solidária com o grupo de pesquisa: Permanecer Milton Santos
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